Após ter sua condenação confirmada hoje pela manhã pelo Tribunal de Justiça do Pará, o fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, conhecido como “Taradão”, acusado de ser um dos mandantes do assassinato da missionária americana Dorothy Stang, em fevereiro de 2005, se apresentou no final da tarde desta terça-feira à Polícia Civil do Pará.
Em 30 de abril de 2010, “Taradão” foi condenado a 30 anos de prisão, mas ele foi beneficiado com uma liminar concedida pela desembargadora Maria de Nazaré Gouvêa e aguardava o julgamento de seu recurso no Tribunal de Justiça em liberdade. Na manhã desta terça-feira, a 1ª Câmara Criminal do TJ rejeitou recurso impetrado por Regivaldo Galvão e decretou a prisão preventiva do fazendeiro. O mandado foi expedido em seguida.
Galvão se apresentou à Superintendência de Polícia Civil de Altamira, cidade a aproximadamente 1000 quilômetros de Belém, acompanhado dos seus advogados. Segundo a Polícia Civil paraense, ainda hoje ele deve ser transferido para o presídio regional de Altamira. Ele era o único dos cinco homens condenados pela execução da missionária que ainda estava em liberdade.
Durante o julgamento do recurso impetrado por Regivaldo Galvão, seus advogados alegaram que ele teve seu direito de defesa cerceado e que ele foi inocentado por um outro acusado de envolvimento no crime. Mas a relatora da apelação, a juíza Nadja Cobra Meda, afirmou que nos autos ficou comprovada a participação de Galvão no crime “com visível hierarquia entre os participantes”. A defesa ainda pediu um novo julgamento para o caso, mas teve o pedido negado pela Câmara Criminal do Pará.
Os advogados de Regivaldo Galvão prometem recorrer da decisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF). Essa foi a segunda derrota de Regivaldo Galvão em um tribunal de segunda instância. Em junho de 2010, as Câmaras Criminais Reunidas do Pará já haviam confirmado a condenação do fazendeiro.
Além de Regivaldo Galvão, Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida; Rayfran das Neves, o Fogoió; Clodoaldo Batista, o Eduardo; e Amair Feijoli, o Tato, também foram condenados pelo assassinato da freira. Bida foi condenado a 30 anos por ser o mandante do crime.
A missionária norte-americana naturalizada brasileira Dorothy Stang foi assassinada em 12 de fevereiro de 2005, com seis tiros aos 73 anos de idade em uma estrada próxima a Anapu, no Pará. Ela prestava serviços pastorais na região.
Nenhum comentário:
Postar um comentário