Aqueles que esperavam um show da Seleção Brasileira ficaram frustrados. Os que previam uma Costa Rica fragilizada se surpreenderam. E os que gostariam apenas de ver um gol de craque saíram satisfeitos. Em um jogo morno e fraco tecnicamente, Neymar fez o único gol da vitória do Brasil por a 1 a 0 sobre a Costa Rica, na noite desta sexta-feira, no Estádio Nacional, em San José.
Sem a mesma pegada que mostrou no duelo com a Argentina (2 a 0), na semana
passada, em Belém, a Seleção Brasileira não teve criatividade. E só não teve
mais problemas por conta das falhas de conclusão do time da América Central.
Mano Menezes fez testes, é verdade, mas a equipe esteve muito aquém do que a
maioria imaginava. Principalmente depois de tirar o peso não vencer um rival de
ponta.
Agora, a equipe canarinho inicia a preparação para o amistoso de terça-feira,
contra o México, em Torreón. A tendência, depois de mesclar titulares e reservas
no jogo com a Costa Rica, é que Mano escale força máxima no duelo com os
mexicanos. A partida será às 22h30m (horário de Brasília) e terá transmissão ao
vivo do GLOBOESPORTE.COM, da TV Globo e do SporTV.
A torcida da Costa Rica esperava um belo espetáculo, um jogo com muitos
dribles de Ronaldinho Gaúcho e Neymar. Mas o primeiro tempo do amistoso foi
fraco. Decepcionante para aqueles que pagaram caro no ingresso (de R$ 150 a R$
350). Não só por falta de criatividade do Brasil, mas pela postura dos
costa-riquenhos.
Não que o time da América Central tenha feito uma ótima etapa inicial. Longe
disso. Jogou mal também. Mas não deu tanta facilidade aos brasileiros como
muitos esperavam. Logo nos primeiros minutos, a partida esteve aberta para o
Brasil, mas a Seleção criou apenas uma chance, com Fred, aos três. Ele chutou
para fora.
Pouco antes, a Costa Rica só não abriu o marcador porque a bola caiu nos pés
de Saborio. Atrapalhado, o atacante dominou de canela na pequena área. O
jogador, aliás, era um caso a parte no amistoso. Não acertou nada. Tropeçou,
errou passe, perdeu gol e no final ainda levou cartão amarelo por entrada dura
em Ronaldinho.
Irritado com a atuação do time, Mano Menezes levantou várias vezes do banco
de reservas. Gritou, orientou, gesticulou... mas não conseguiu tirar nada da
equipe. O trio mais cerebral, formado por Lucas, Neymar e Ronaldinho, pouco fez
também. Quando tinha a bola, logo apareciam cinco marcadores para destruir.
Ronaldinho foi o capitão da Seleção Brasileira
contra a Costa Rica (Foto: Mowa Press)
Diante desse marasmo, a torcida da Costa Rica, aquela mesma que esperava um
show da Seleção Brasileira, teve de se contentar com lampejos do seu próprio
time. Na ausência de jogadas brilhantes do time canarinho, os costa-riquenhos
aplaudiram mesmo os raros bons momentos da seleção anfitriã.
Neymar salva
A Mano Menezes, então, restou mudar. Na volta para o segundo tempo, o técnico
da Seleção Brasileira colocou Hernanes no lugar de Luiz Gustavo e Oscar na vaga
de Lucas. Por conta disso, Ronaldinho Gaúcho passou a jogar mais aberto, no
ataque, e o meia do Internacional passou a fazer a armação.
Só que o Brasil foi surpreendido pela postura da Costa Rica. A equipe da casa
iniciou o segundo tempo jogando no campo verde e amarelo e levando perigo. Tanto
nos chutes de longe quanto nas jogadas pelas pontas. De atacante, Ronaldinho não
conseguia emplacar e perdia a bola com facilidade.
Aos dez minutos, um problema na lateral direita do Brasil. Fábio deixou o
campo lesionado para a entrada de Daniel Alves. Bem abatido, o jogador do
Manchester United foi direto para o vestiário, de cabeça baixa. Melhor, a Costa
Rica continuava a pressionar a Seleção Brasileira em seu campo de defesa.
Mas time que tem craque precisa também de um pouco de sorte. E a Seleção
Brasileira teve aos 14 minutos. Daniel Alves cruzou da direita, o goleiro Navas
saiu mal e a bola sobrou para Neymar completar. Foi o oitavo gol do atacante do
Santos, atual artilheiro da era Mano Menezes.
O gol não assustou aos costa-riquenhos, que continuaram com a mesma postura,
alçando bola atrás de bola na área brasileira. Empolgado com o feito, Neymar se
soltou mais. Deu passe da calcanhar, acertou o travessão... Mas o 1 a 0 ficou de
bom tamanho para uma Seleção que pouco criou.
Com dores musculares na perna, o goleiro Julio César deixou o campo aos 30
para a entrada de Jefferson, do Botafogo. Pouco antes, Neymar havia dado lugar a
Hulk no ataque. Mano também tirou Fred e deu uma chance a Jonas nos minutos
finais. Já aos 39, o ex-gremista sofreu uma falta violenta de Mora, que foi
expulso mesmo sem ter cartão amarelo.
Navas; Mora, Umaña, Miller e Júnior Díaz; Azofeida, Barrantes (Cubero), Bolaños (Hernandez) e Oviedo (Madrigal); Parks (Joel Campbell) e Saborío. | Julio César (Jefferson); Fábio (Daniel Alves), David Luiz, Thiago Silva e Adriano; Ralf, Luiz Gustavo (Hernanes) (Oscae Ronaldinho Gaúcho; Lucas (Oscar), Neymar (Hulk) e Fred. |
Técnico: Jorge Luiz Pinto. | Técnico: Mano Menezes. |
Gol: Neymar, aos 14 do segundo tempo | |
Cartões amarelos: Azofeifa, Saborio (Costa Rica); Neymar, Oscar, Daniel Alves (Brasil) Cartão vermelho: Mora (Costa Rica) | |
Local: Estádio Nacional, em San José, Costa Rica. Árbitro: Walter López (Guatemala). Assistentes: Gerson López (Guatemala) e Ronaldo de la Cruz (Guatemala). |
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